segunda-feira, janeiro 30, 2006

NEVE !!!

Imaginem uma bátega de água num lugar onde nunca chove. Imaginem a luz do sol num lugar onde ele está sempre encoberto. Hoje, neve em todo o país ... em TODO o país ... por uma vez em 50 anos !!! Abrir uma janela em Lisboa, ver nevar e acolher flocos esvoaçantes na palma da mão é como se alguém nos tivesse dado mais um Natal . Hoje sonhámos todos juntos, fomos todos pequeninos outra vez .

domingo, janeiro 22, 2006

Esperança ...

... de que Cavaco me engane , e justifique os resultados de hoje com um bom mandato . Digo "justifique" apelando a que mostre a longo prazo a "justiça" da escolha. Afinal, desde o início, não foi o meu candidato, mas também, confesso, não seria a minha última opção. Fez uma campanha correcta e limpa, à excepção desse pormenor de a candidatura ser pessoal e não-partidária ( humpffffhahahahahaha ... foi boa essa! ainda houve quem acreditasse...) . Mas é apesar de tudo um self-made man, um homem cuja imagem pouco se maculou no que diz respeito à sua integridade pessoal, apesar do fracasso do segundo mandato como P.M. . Nestas eleições , Cavaco teve dignidade até no discurso da vitória - eu ouvi. Um Presidente é sobretudo a imagem e a consiciência de um país, mas não substitui o Governo, e sobretudo, não é o salvador da Pátria, não é nenhum Messias, apesar de essa ser a mensagem implícita que os media passaram ao longo de toda a campanha. Vamos ver. Pode ser que surpreenda .

Vergonha ...

... porque no tácito acordo de cavalheiros que é a sucessão de discursos no encerramento de um processo democrático importantíssimo, e este com algumas surpresas, o primeiro-ministro não esteve à altura da dignidade da sua função, nem com ele outros membros do Governo . Antes de mais, enquanto P.M., nem sequer deveria ter manifestado o seu público apoio a qualquer dos candidatos . Como primeiro-ministro, Sócrates deveria ter tido ao menos o bom senso de falar ao país na qualidade de chefe do Governo, e não na qualidade de militante do Partido Socialista, o que significa obviamente que deveria ter sido o último a falar. Mas como se isto não bastasse, portou-se como uma criança mal-criada , interompendo o discurso final de Alegre, como se não fosse evidente que este sim, foi o adversário directo de Cavaco; como se não fosse evidente que o P.S. cometeu um erro nestas eleições . Ignoraram-no e calaram-no com a esfarrapada desculpa de que não sabiam que o homem estava a discursar - pois sim...

Desilusão ...

... face ao comportamento da esquerda no seu todo, durante estas eleições. Todos falam com sorrisos forçados de uma derrota que no fundo, no fundo (mas deve ser mesmo lá no fundo) é uma grande vitória, que a esquerda é plural e não se calará, que somam votos; e cada candidatura arregalando os olhos, perante uma 1ªvolta sem volta a dar, com um "eu bem avisei" a cair-lhe pela boca abaixo . Tudo isto em nome do bem do país , e contra um neo-cavaquismo, quando afinal ninguém abdicou da sua candidatura em favor de uma esquerda mais forte. Faço notar que não estava em questão a conquista de lugares no Parlamento, mas tão somente a esquerda, ou a direita . É por isso que justo, justo, seria haver limite ao número de candidatos, e 2ª volta obrigatória entre os dois mais votados . Não por eles, mas por nós .

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Adeus 2005

Se 2006 for tão bom como tu em novidades , não sentirei (demasiado) a tua falta . As coisas e as pessoas de que me despedi contigo , escondo-as debaixo de uma sombra fresca de verão. Talvez saiba que nunca me vou esquecer delas, talvez queira não me esquecer, por todo o bem, ou por todo o mal que me fizeram. Mas esquecer não. Reeducar a memória sim.