sexta-feira, julho 15, 2005

(parabéns a nós)





Dar cabo do medo . . .

quarta-feira, julho 13, 2005

XS


Certas alturas que vêem e para as quais sabemos que estamos preparados mas nem por isso nos sentimos bravos o suficiente. Ou então sim. Não é um sacrifício por ser contra vontade, mas é-o por ser uma exposição de mim, e ainda por cima voluntária. E é excessivo porque se dá tudo o que se tem. Quer-se sofregamente dar tudo o que se tem em poucos minutos apesar da incómoda nudez musical em que se mergulha.
Como se não houvesse amanhã, mas guardando no fundo da ideia que o amanhã vai nascer de qualquer modo e que há mais depois disso.
Porque nunca se sabe o que pode o corpo .

domingo, julho 10, 2005

Da "mine" e do caracol


Ando a sonhar com petiscos de esplanada e inactividade despreocupada até passar da hora....da hora ... da hora de coisa nenhuma, porque estarei de férias!!! O meu lado animal grita por sol e descanso , tão alto que já nem o posso ouvir . Talvez um gato, os gatos também gostam assim do sol e de não fazer nenhum. Preciso disso: de não fazer nenhum durante uns tempos. A não ser que faça alguma coisa mais interessante ... oh não, lá vamos nós outra vez !!! Concentra-te, concentra-te, ainda não acabou !!!

quinta-feira, julho 07, 2005

Das almas gémeas

A agulha no palheiro. Mas de tanto pisar pode ser que um dia me pique mesmo .

Saber-me


Quando se atinge o equilíbrio, é como se afinal soubéssemos desde sempre o que fazer. Já lá estava ?

sexta-feira, julho 01, 2005

A propósito ...

A propósito de uns posts que tenho lido sobre o tempo e sobre um dos meus poetas preferidos do nada-desejar, lembrei-me destes versos que leio sempre como se fosse a primeira vez e que me deixam sempre sem palavras . F.Pessoa, a caminho de Ricardo Reis .


Aqui na orla da praia, mudo e contente do mar,
Sem nada já que me atraia, nem nada que desejar,
Farei um sonho, terei meu dia, fecharei a vida
E nunca terei agonia, pois dormirei de seguida.

A vida é como uma sombra que passa por sobre um rio
Ou como um passo na alfombra de um quarto que jaz vazio;
O amor é um sono que chega para o pouco ser que se é;
A glória concede e nega, não tem verdades a fé.

Por isso na orla morena da praia calada e só,
Tenho a alma feita pequena, livre de mágoa e de dó;
Sonho sem quase já ser, perco sem nunca ter tido,
E comecei a morrer muito antes de ter vivido.

Dêem-me, onde aqui jazo, só uma brisa que passe,
Não quero nada do acaso, senão a brisa na face;
Dêem-me um vago amor de quanto nunca terei,
Não quero gozo nem dor, não quero vida nem lei .

Só, no silêncio cercado pelo som brusco do mar,
Quero dormir sossegado, sem nada que desejar,
Quero dormir na distância de um ser que nunca foi seu,
Tocado do ar sem fragância da brisa de qualquer céu.