quinta-feira, junho 16, 2005

Um (des)encontro engraçado

Ia eu de violino às costas Chiado abaixo quando uma figura que subia no sentido oposto me chamou a atenção. Não vi logo quem era, mas reconheci o jeito de andar da mesma maneira que às vezes se reconhece uma música, um cheiro, qualquer coisa que associamos imediatamente a um passado bem ... "passado" . Nunca se lembraram de repente, por exemplo, da vossa sala de aulas da primária? Mas dizia eu que reconheci o jeito de andar. Um pouco mais perto pude confirmar o que me dizia o instinto. Notei o mesmo estilo, mas os cabelos bem mais compridos do que me lembrava . A mesma cara. Não nos cumprimentámos , porque não fiz questão de me desviar do meu caminho, e por ser daquelas pessoas que fizeram parte da minha vida sem que eu tivesse feito realmente parte da sua, de modo que olhou, mas não me "viu", sobretudo depois de doze anos ... Fui ter com G. , tomámos um refresco e fizemos planos para o ano que vem, entre um sumo de maçã e um bolo de bolacha . Algum tempo depois acabávamos a conversa a caminho da entrada do metro e voltei a ver passar a mesma pessoa. A probabilidade de isto acontecer é tão escassa, que não contive um sorriso e disse ao meu amigo « Olha para a tua direita . Vai ali o meu primeiro amor . »
Quando pensamos que nunca mais pomos a vista em cima de certas pessoas, a verdade é que algum dia voltaremos a vê-las - no Chiado, talvez até duas vezes no mesmo dia.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

=) Esse primeiro amor...Sempre inesquecível (nao se torna a sentir daquela forma...descomprometida,sem reservas, sem defesas, terna mas arrebatadora, única)

junho 17, 2005 12:07 da tarde  
Blogger Ginja said...

Sim, Gabs, sem reservas, mas sobretudo inocente ;)

junho 17, 2005 2:33 da tarde  
Blogger tarsofagundes said...

Eu Sei Que Vou Te Amar
( Tom Jobim - Vinícius de Morais)

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida .

junho 17, 2005 2:39 da tarde  
Blogger Ginja said...

Obrigad@ Paulo (curiosamente o teu nome tem tudo a ver com esta história ...), mas sabes, esta canção linda aplica-se melhor a outros amores bem menos antigos e bem menos simples. Ou não. Esperemos que um dia possa deixar de fazer sentido para mim e fique só uma canção bonita :)

junho 17, 2005 2:46 da tarde  
Blogger Tiago Cabrita said...

Curiosamente encontrei a pessoa que encarna essa coisa de "primeiro amor" no Chiado(na lógica do inocente simples e puro..très romantique) no meu dia de anos do ano passado. Não a via há uns anos, nem falávamos há muitos meses. Ela deu-me os parabéns e disse-me que estava tudo bem.

junho 17, 2005 7:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

(Ginja: sem reservas, meaning sem defesas, essas que tanto nos travam...)

E grande lolada, para a questão do nome (Paulo) e ainda para mais para a música escolhida...quase que forma mais um (des)encontro engraçado...=)

junho 17, 2005 10:44 da tarde  
Blogger Carapaus com Chantilly said...

Pois..o pessoal do chiado...enfim...quem sabe o teu primeiro amor, desiludido por te ter perdido...não se virou para outros lados...

junho 18, 2005 9:24 da tarde  

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