sábado, agosto 13, 2005

Harry Potter e a República das Bananas

Vi o seguinte artigo, que em boa verdade e de boa fé, tenho de partilhar com os meus leitores. sim, até porque sou fã das aventuras nada infantis do Harry Potter e achei a comparação simplesmente brilhante, apesar de algumas imprecisões de interpretação dos conteúdos ficcionais, que os fãs como eu saberão identificar ao lerem o artigo por inteiro no J. N. #689 de 07 de Agosto/2005. Ora leiam ...

« Lord Voldermort e os seus Death Eaters andam à solta em Portugal, o país com mais Muggles por metro quadrado. (...) Pense bem, Voldermort é o mais poderoso dos mágicos maus . Assassinou os pais de Harry, mas os seus poderes não não chegaram para matar o bebé [leia-se, Harry] como foram esvaziados pela tentativa falhada, libertando o mundo do seu terror e obrigando-o a fugir. Agora, Harry já adolescente, prepara-se para o duelo final, consciente de que só um deles poderá sobreviver . Enquanto isto, os Death Eaters regressam da clandestinidade a que foram votados peça queda do seu senhor, com a missão de reconduzir Voldermort ao poder. Invadem o coração dos feiticeiros bons de tristeza, espalham a confusão e matam sem escrúpulos. Assistindo a tudo isto, sem perceber nada do que se passa estão os Muggles, aqueles que não têm uma pinga de magia dentro de si e, mais grave ainda, nem sequer suspeitam do mundo mágico que corre paralelo ao seu. Soa-lhe familiar ?
Pois para mim tudo se tornou subitamente claro no dia em que olhei para os jornais e verifiquei que uns horripilantes jornalistas, que não podem ser outra coisa senão Death Eaters, tinham revelado o fim do último livro de Harry Potter, contando com todo o descaramento quem morre e quem mata. Serviram Voldermort, roubaram a emoção e o impacte a quem legitimamente ansiava por ele há meses e se preparava para o gozar, em cada linha de cada uma das seiscentas páginas . Mereciam uma pena em Azkaban, a mais sinistra das prisões, entregues aos Dementors, os mais perversos dos carcereiros. E juro que estou a falar a sério ! Só é capaz de um acto vil desta natureza quem ainda não percebeu a força dos livros, quem tem MEDO de se perder no que é supostamente "infantil" , quem teve uma infância tão triste e árida, povoada de adultos tão inseguros de si mesmos que temiam descambar de vez se alguém lhes falasse de uma realidade para lá dos seus olhos .
E juro que estou a falar a sério quando digo que as nossas depressões nacionais se devem a esta incapacidade de levantar os pés da terra, a este terror intrínseco de não sermos levados a sério, a este bloqueio mental que nos prende às aparências, num charco onde uma ideia nova causa demasiados remoínhos . Se os nossos ministros preferissem vassouras a limusinas, se com uma varinha fossem capazes de pendurar por um pé os adversários de cabeça para baixo, se não se importassem de falar com as personalidades dos quadros que lhes decoram os gabinetes ne de mergulhar nas memórias - nas suas e nas dos outros - antes de tomar uma decisão, e se cada um de nós não se assustase com a mudança e o virar do mundo ao contrário, tenho a certeza de que Portugal seria diferente.

Porque desculpem, mas apesar a falta de livros realmente bons, e a overdose de livrinhos desprovidos de conteúdo e de interesse, que querem impingir aos miúdos uma versão melosa e idiota da realidade, pode explicar a percentagem de Muggles em território nacional. Só num país povoado de gente derrotada e sem imaginação, a quem foi sugada toda a energia e capacidade de sonhar, pode surgir uma candidatura como a de Soares . Não tenho nada contra o senhor, antes pelo contrário, mas como é que é possível este "ó tempo volta para trás" , esta nostalgia doentia que transforma o passado num eldorado que nunca foi, tal o pânico que inspira o futuro ? Que Mário Soares , aos 81 anos, e depois de dez anos na Presidência, tenha vontade de para lá voltar é já de si mau sinal. Sinal de que também ele ficou preso no tempo, incapaz de encontrar satisfação em vestir o seu barretinho encarnado e ser um "homem grande da aldeia", interessado em superar o seu narcisismo para ajudar a encontrar alternativas a si próprio, em lugar de regressar numa manhã de nevoeiro, convencido de que mais ninguém está à altura de salvar a pátria. Mas que líderes políticos e outros tenham corrido a abraçar a ideia é, no mínimo, obra de Death Eaters, ansiosos por sacrificarem os outros às suas estratégias (é a solução aparentemente mais simples!), incapazes de ir mais longe, de recriar os acontecimentos. Acreditem, nem crise nem o défice, nem os jobs for the boys deram um sinal tão claro de que Voldermort está de volta. O pior é que nem sombra de Dumbledore ou de Harry Potter ! »

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Porquê nenhum comentário à menina que faz de Hermione no cinema, e que está cada vez mais gira?

agosto 18, 2005 4:26 da tarde  
Blogger Ginja said...

bem, podes faezr os comentários que quiseres, este blog é umaespaço aberto a todas as intervenções críticas ou criativas. Força!

agosto 18, 2005 7:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Então está bem: a menina que faz de Hermione no cinema está cada vez mais gira!

agosto 19, 2005 1:10 da tarde  

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